22.1.11

memória mais do que descritiva



lembras-te da nossa primeira morada? do nosso primeiro lugar? da nossa "primeira vez"?

não posso dizer, como noutras histórias de amor, que éramos uns putos e não sabíamos nada da vida... já sabíamos alguma coisa, é certo. posso dizer que fomos contra a maré. isso posso dizer. penso nisso quase todos os dias. num tempo em que as relações duram tão pouco e há tão pouca vontade em querer que durem, num tempo em que ninguém já não tem paciência para nada, para aturar as manhas do outro, para partilhar e viver um verdadeiro amor, para dizer que se ama alguém (hoje em dia parece que é pindérico dizer que se ama alguém - eu amo-te -e usar o verbo amar em qualquer um dos tempos ou pessoas), nós fizémos isso mesmo. usámos e abusámos do verbo amar. e juntámo-nos. sem pensar muito. pensaste muito? eu não. e quase entrei em pânico no dia em que chegaste. e durou até agora. dura até agora em que entras sala adentro e perguntas se quero alguma coisa. e peço-te um chá. e uma das gatas se aninha em mim. e vemos as desgraças que vão país fora. amanhã é dia de eleições. presidenciais. vamos votar no mesmo gajo e tudo. isto é que é amor caraças!, mesmo sabendo que o nosso eleito não vai ganhar. mas não faz mal. a vida e a crise continuam. nós também vamos continuar. a melhor certeza de todas que tive em toda a minha vida. amar-te. sei que hoje não é dia sete, mas não faz mal.

1 comentário:

Spider Pig disse...

É verdade! E parece que já foi há tanto tempo.... Os dias passam, uns mais rápidos que outros, uns mais produtivos que outros, mas continuamos juntos e é o que interessa. Aqui chegámos e por aqui vamos continuar. O que já superámos dá-nos força para seguir em frente, sem medo de dizer Amo-te. A qualquer momento.