23.3.12

Amigos

Temos sempre muitos amigos porreiros, felizes da vida, preparados para beber uns copos e ser bué da radicais até ao dia em que nos casamos e queremos fazer uma festa privada de 30 pessoas (sim 30) e os mais de 200 amigos porreiros da vida deixam de nos falar porque não os convidámos.

Fuck'em all!

16.3.12

paradiso




As histórias de amor têm destas coisas, contos e contas de dor, de despedidas, de infâncias felizes, de cidades encantadas, livros e paisagens, fotografias e olhares, perfumes e gargalhadas, brinquedos e memórias. partilha. família. amigos. todas as praças e pessoas que fizeram um quotidiano. as casas brancas. as igrejas. a escola. a calçada. os velhos e os companheiros de rua. as ruas e os recantos. o mercado. o rio. o verão e os turistas. as histórias, tantas.
de vida e de morte. 
do que não se esquece, do que queremos esquecer e não conseguimos, do que queremos lembrar e que se nos foge da mente, e tudo o que nos foge da mente fica-nos em dobro no coração. regressa de repente, quase sem avisar e surge sempre em forma de lágrimas. a noite é um mito. surge de manhã, de tarde, a qualquer hora, entre uma canção, uma palavra, uma fotografia ou a voz de alguém que nos lembra tudo ao mesmo tempo. a voz de alguém que traz tudo o que dói e é bom mas que nos lembra que deixou de existir e por isso, dói. aquele lugar, todo aquele lugar. ou alguém que partiu. o romance de um lugar que deixámos para trás.

nunca regresses ao lugar onde foste feliz.


até ao dia em que regressamos. e tudo regressa nessa agridoce memória das raízes, do sangue, de tudo o que também somos e nunca deixámos de ser.