7.1.11

destilar ódios

dou por mim a pensar no meu mau feitio. sim, que isto de se ser bem disposta e de ter riso fácil tem um reverso da medalha. com a idade refinamos algumas coisas, azedamos noutras. old and bitter, pois claro.

ultimamente, todas as grandes coisas que me podem tirar do sério, penso que a essas consegui ganhar algum tipo de resistência, dado que o meu grau de aceitação das mesmas tende a ser maior, não me magoam tanto como noutros tempos. ou seja, refilo um bocado, vou a marte e regresso, e apago. apago mesmo. falei com alguém que me disse que era apenas uma forma de defesa. estou a ficar velha e a jogar à defesa. talvez não seja mau, pois deixei de sofrer tanto as grandes coisas que me atormentavam, que não conseguia entender. não conseguia entender, pois a minha revolta passava por não conseguir combater essas coisas. um exemplo: a estupidez atroz e a maldade das/nas pessoas. penso que agora aceito que afinal o mundo não é perfeito e que as pessoas são o que são. falíveis. seres humanos falíveis cheios de ódio nos corações. e isso é algo que aceito agora que me ultrapassa. e desisto, ao invés de me revoltar. acima de tudo, percebo que tudo foge do meu controlo, não posso controlar nada, e não posso mudar ninguém. cada um é dono do seu destino.

não perderei hipótese de meter dedos nas feridas dessas pessoas se tiver oportunidade para isso (sim, eu não sou perfeita), mas se não me incomodarem, eu prefiro "mudar de passeio, passar ao lado, não ligar, não atender".

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