balanço de 3650 dias - viragem de década

espero que o fim de 2010 seja o fim de muita coisa errada. de quase tudo o que está mal. das surpresas más, sobretudo. esta foi provavelmente a década em que mais aprendi, em que desconstruí quase tudo o que aprendera anteriormente: que nem toda a gente é boazinha, que nem toda a gente se divide em boa ou má, que as pessoas são falíveis mas nunca nunca nunca substituíveis. sobretudo, que me é quase impossível viver sem a amizade de algumas pessoas, e que me é perfeitamente indispensável viver sem as promessas e ilusões de outras.

foi talvez a década mais importante da minha vida.
foi a década em que sofri mais mas em que também mais me diverti.
foi a década em que terminei o curso e tirei a carta de condução. em que conheci o amargo sabor do desemprego. em que conheci a doce satisfação de conseguir pagar sozinha as minhas contas.
foi a década em que comecei a trabalhar, em que deixei Coimbra (não para sempre).
foi a década em que deixei o meu primeiro amor e descobri o derradeiro, o último e maior amor da minha vida (com alguns contratempos infelizes pelo meio, durante anos).
foi a década em que descobri mil e uma formas de sobre/viver.
foi a década em que redefini prioridades, em que fiz as maiores loucuras da minha vida, em que mais arrisquei em todas as frentes.
foi a década em que larguei o ensino e a ele voltei.
foi a década em que descobri a Internet, em que comecei a escrever, em que recomecei a pintar.

quase tudo mudou, mas nem tudo mudou.
se alguns ficaram pelo caminho nas circunstâncias de vida de cada um, foi porque tinha mesmo de ser. novas pessoas entraram na minha vida, acrescentaram cor e deram-me muito mais. os fundamentais mantêm-se.

muito mais irá mudar nos próximos tempos, e isto não é uma suposição, é mesmo uma promessa que faço a mim mesma. há coisas que temos de ser nós próprios a defini-las, caminhos que temos de trilhar, novas aventuras e novos objectivos.