15.7.10

sex, lies and... whatever


hoje, a propósito de uma amiga que um dia me disse que eu era "a Samantha do grupo" (da série Sex and the City), troquei umas ideias com um gajo (que gosta de comer caracóis com copinhos de leite), que variaram da onda do "os portugueses são uma merda" até "as pessoas só têm trampa em vez de miolos". isto porque entre medo de viver e medo de assumir uma real mudança nas suas vidas, entre frustrações e preconceitos, estereótipos e perfis, caixas e caixotes, tudo tem de encaixar em determinado sítio, a certa idade, a certa altura da vida. a casa, o carro, o cônjuge, o cão, o gato, o filho e o periquito. se sim, óptimo-tudo-bem-beijinhos-à-prima. se não, caldo entornado, pata na poça, burra nas couves e a porca torce o rabo. muitas vezes, mas mesmo muitas, shit happens e isso ultrapassa-nos num todo impossível de digerir/dirigir.

mas de todos os males que possamos sofrer e padecer, há sempre alguns que podemos evitar, outros que podemos mesmo suprimir. acima de tudo, e se algo não vai bem, há que fazer acontecer uma mudança. mudar de vida não é assim tão difícil como se possa pensar. eu sei. mudei de vida muitas vezes. tantas quantas as que me apeteceu, tantas ao ponto de me chamarem camaleão. com algumas pedras e muitas encruzilhadas pelo caminho. mudei.

não existem fórmulas, é certo; cada um viverá à sua maneira o melhor que pode. mas será justo apontar o dedo aos "pecados" dos outros? achar-se o melhor em tudo, sacar o livro da "vida perfeita", dizer à boca cheia à amiga que acabou de levar um estalo do namorado que "eu nunca discuto com o meu namorado"?!? falar da tal vida perfeita quando nunca se mexeu uma palha para se ter aquilo que se tem? criticar quem vive as suas loucuras e aventuras num tempo próprio, sem magoar ninguém? não acho justo, apenas porque quase toda a gente luta muito para ter o que tem, seja material, seja pessoal. não me regozijo ao ver que essas pessoas acabam mal, mas sou incapaz de me vangloriar do que quer que seja, porque aí inverter-se-íam apenas os papéis e o papel de "I told ya so" não me fica bem.

eu não sou nem nunca fui a Samantha do grupo. talvez uma Carrie, sim. talvez. estou mais perto de ser uma Sam do que uma Charlotte, que se acha o máximo da pureza virginal, hipocritamente, porque acaba por papá-los tanto como a outra.
o certo é que a amiga que me colou o rótulo de Sam (foi uma forma simpática e airosa de me criticar, no meu estilo de vida) hoje em dia não está bem nem é feliz e eu preocupo-me com ela. não tenho receitas nem fórmulas mágicas e muito menos rótulos para lhe dar, apenas a certeza de que melhores dias virão.


3 comentários:

Nuno Guronsan disse...

Não sei o que diga pois na verdade nunca segui tal série e não faço questão de alguma vez seguir. Pelo que me contam é mais uma propaganda barata a um certo glamour feminino que habita em NY. Sinceramente, quando lá estive, não vi nada disso. E caso houvesse, teria que haver mais do que uma nacionalidade nessa espécie de clube "menino-não-entra", tal a Babel que a cidade consegue ser.

Dito isto, continuo a não saber o que dizer. Apenas acho que és tu e apenas tu, e não serás nem de perto nem de longe uma cópia refundida de uma qualquer sitcom de televisão.

Obrigado e beijos.

Spider Pig disse...

Eu pense que, prontj, tu és tu e ninguém pode fazer nada, nem devem porque tu és tu e é por isso que és tu e é isso, prontj, que te faz ser quem és e é por isso que a malta gosta de ti, prontj, tás a ver? Queres um bébé?

Anónimo disse...

Fuga de informação LOL

Lá está as pessoas na sua maioria sentem-se bem a criticar os outros porque sentem uma superioridade moral, que não é mais do que uma máscara para as suas frustrações e para a falta de coragem de mudar aquilo que não gostam nas suas Vidas, assim sendo vão vivendo uma mentira e sendo cada vez mais infelizes, o seu único momento de prazer é "apedrejar" quem tem coragem de viver, de mudar, de ser livre