A propósito do novo Acordo Ortográfico, e independentemente de se concordar ou não com o dito, atente-se para algumas mudanças e outras tantas continuidades.
Um “facto” irá continuar a ser um “facto”, tal como o “compacto”, o “convicto”, o “inepto” e o “rapto”. Porque as consoantes “c” e “p” quando pronunciadas, permanecem na palavra. Já quando são mudas, elas desaparecem, e por isso passamos a ter “ação”, “ato”, “batismo”, “adoção”, entre outros.
Quando o “p” desaparece”, porque não pronunciado, e atrás de si vinha um “m”, este passa a “n”, e, assim, teremos “perentório”. Uma vez saída a letra “p”, já não se aplica a famosa regra “antes de “p” ou “b”, escreve-se “m””, e assim lá vem o “n” em substituição.
Os acentos, nos ditongos “oi” ou “ei” da sílaba tónica das palavras graves, desaparecem. Pelo que a “jibóia” e o “intróito” mudam para “jiboia” e “introito”, e o “paranóico” fica como já era: “paranóico”.
Já os acentos agudos usados para distinguir palavras graves homógrafas, desaparecem, e por isso “pára” e “para”, pêlo” e “pelo” escrevem-se da mesma forma: “para” e “pelo”, respectivamente.
Outras coisas mudam, outras continuam.
Em conclusão: o facto é que o que é compacto, convicto ou inepto, não muda. E um rapto continua a ser rapto. Mas muda a acção ação, não importa o acto ato, seja ele baptismobatismo ou adopção adoção. Nisto a regra é peremptória perentória. E se a jibóia jiboia perde o acento, o intróito introito não fica melhor. Quem continua na mesma, e compreende-se, é mesmo o paranóico.
Pelos vistos, nada pára para esta mudança, nem para o bem nem para o mal, seja pelo que for, nem que nos erice o pêlo pelo todo.
Pelos vistos, nada pára para esta mudança, nem para o bem nem para o mal, seja pelo que for, nem que nos erice o pêlo pelo todo.
vou tentar "abraçar" o conceito e mudar. acho que há muita gente que é "contra" o acordo ortográfico mas nem sequer sabem o que está em causa. são os mesmos que votam no Sócrates. ai a política...
não tenho uma opinião formalmente oposta a isto.
7 comentários:
Eu sou contra. Acho que cada vez mais estamos a perder a nossa identidade nacional, na vã tentativa de harmonizar a língua portuguesa falada em Portugal, no Brasil e nos PALOP.
Se olharmos para o British English e para o American English, por ex, eles não tentam juntar tudo num só, os dois co-existem, em harmonia ou não.
Porque acho que a ideia de virmos a falar só um Português, sem diferenças de escrita e oralidade, em Portugal, no Brasil e em todos os outros lugares onde se fala Português é uma utopia.
Para além disso, do pouco que sei do acordo, acho que quem está a ceder somos só nós, ou seja, ainda não vi grandes modificações para o Português do Brasil, por exemplo. Mas lá está, eu também não conheço o acordo na sua totalidade e posso estar a dizer 'besteiras' :)
Não sou contra nem a favor, muito pelo contrário :)))
A sério, não me importa que haja um acordo ortográfico, desde que eu possa continuar a escrever como o fiz até hoje. Mas, no fundo no fundo, não posso deixar de sentir uma pontinha de tristeza por estar a perder um fatia daquilo que foi a minha "portugalidade" desde sempre...
Ou então não passo de um velho do Restelo bacoco e gagá...
:D
Beijos, minha querida.
Não sou nem a favor nem contra também.
Talvez no ano em que se passou a escrever farmácia em vez de pharmácia algumas vozes se tenham levantado contra. não é nem acho que seja assim tão relevante.
a minha portugalidade não fica minimamente afectada. por mim vendiam isto já aos .... mas quem é que nos quer comprar afinal?
:)
Eu só sou contra os termos que deixam de ser portugueses e passam a ser abrasileirados. Se eles não nos entendem, aprendam. Nós não temos que ficar mais burros por causa deles...
Eu sou contra caralho, falando num bom português de Portugal e não vou mudar a minha maneira de escrever
Foda-se pá já cá ná vinhá há algum tempo lol
Olha lá ó atrasado, só espero que não tragas pra cá a malu que gostava que lhe fossem ao ....
lol
LOL venha ela
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